Oficina "Musicalidade, Corpo e Voz": Ländler de Schubert

Como parte do trabalho constante de preparação cênica do coletivo Agulha Cenas, estou dirigindo uma oficina semanal chamada Musicalidade, corpo e voz, que acontece às segundas-feiras de 8h30 às 10h00 da manhã, na sala 6 do bloco B do campus de Palmas da UFT.

O objetivo é trabalhar, de maneira integrada, a escuta musical ativa, fundamentos técnicos do canto coletivo e exercícios de criação com ritmo e movimento. Cada encontro é independente, desenvolvendo uma sequência similar de exercícios a partir de distintos excertos de obras consagradas, os quais fornecem elementos musicais para exploração vocal e corporal.

Esta semana, trabalhamos com um Ländler de Schubert.


Os exercícios realizados na oficina foram os seguintes:
  • Preparação
    • Relaxamento, postura;
    • Respiração e aquecimento vocal, com sustentação de consoantes surdas (S, X e F) e sonoras (Z, J, V);
    • Vocalizes com pentacórdio, escala e arpejos dos acordes primários na tonalidade de Lá bemol maior;
  • Ländler
    • Canto e memorização da linha de baixo;
    • Caminhadas pelo espaço juntando canto da linha de baixo, passos sincronizados com o pulso e mudanças de direção de acordo com as seções da peça musical;
    • Canto e memorização da linha melódica;
    • Percussão corporal ajustada à métrica, ao pulso e às células rítmicas da melodia;
    • Junção gradativa de exercícios anteriores.
Nessas oficinas, estamos explorando a ideia de trabalhar elementos da técnica vocal já dentro de molduras tonais, rítmicas e formais específicas. A intenção é trazer o conteúdo expressivo das peças para dentro do trabalho técnico, de tal maneira que as questões de respiração, registro e articulação sejam desenvolvidas de maneira também expressiva. Associando-se as questões vocais ao trabalho rítmico-sonoro-corporal, exploramos possibilidades que os excertos musicais estudados suscitam para o tipo de composição cênica presente nas criações do coletivo: movimento, canto e acompanhamento instrumental.

No caso específico do Ländler, os principais desafios foram reconstruir vocalmente a leveza dançante da métrica ternária e adaptar a extensão da linha melódica para os registros vocais das nossas vozes. E é justamente através dos inúmeros desafios distintos que as seleções musicais apresentam que, a longo prazo, o trabalho dessa oficina vai contribuindo para construir um repertório técnico e expressivo para nossas criações e atuações cênicas.